Aquarela
Um espaço nada convencional. Uma área digna de palácio com direito a áreas externas, um pé-direito respeitável e uma incrível circulação de ar.
As pessoas estavam ali umas pras outras, mas ninguém falava, ou percebia, aparentemente, ninguém.
E tinha então uma barraca de bambu chique, com alguns doces a serem vendidos por uma pessoa bem arrumada, e atrás de um vidro, em um jardim de inverno enorme, duas outras conversavam. Outros se arrumavam e se recolocavam, em uma renovação constante.
Parecia que estava fazendo parte de livros como Admirável Mundo Novo, ou Metamorfose, a vida era um moto-contínuo.
A vida, ah a vida. A vida leva você e ela é implacável. Ela faz você fazer coisas, mudar, e por mais que se apegue as 'paredes’ históricas, somos ‘levados’. Realizar os desejos, faz com que essa velocidade de mudança acelere. Se eu não sei conter meus ímpetos, vou pela água do rio sendo levado, por não saber, e não querer também - por que não? - me agarrar aos matos da margem. Como poderia ser importante conter os gastos, conter as vontades. Sozinho, eu flutuo, fico só, faço de mim meu próprio negócio, jogo, minha celebração só. Sem lembrar, sem pensar, apenas olhando para dentro. Medito em mim. Relembrar, refazer, se remodelar, lembro do projeto. Será ele possível? Será que vale a pena? Corpo, mente, alma, matéria. Divulgar ou reter? Reter. Depois divulgar.
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