Era tanto vidro transparente e quebrado, que mesmo assim agora eu jamais desistiria, ai, ai, ai, e acreditando ser uma espécie de faquir, ia atravessando rápido, leve e com cuidado ao mesmo tempo. Nossa, mas que diabo de tantas garrafas brancas, fora aparecer por aqui nesse estrupício de lugar?
E ainda agora, nesse domingo pérfido, onde todos duvidavam de tudo esse homem careca e gozador teimava em abrir seu comércio bege, sim, era um único tom, da ração ao cimento, e pisando sobre uma espécie de pequeno siri, ainda tinha plano de subir naquele paralelepípedo liso e ao mesmo tempo, ouvir essa risada pérfida desse careca comerciante, que abria seu comércio ao domingo?
Ela veio pediu a ração antes de eu comprar qualquer doce. Ele veio e do lado de fora pesou aquele pequeno saco de ração. Ouvi “esse animal ainda vai”, “dezessete”, “é ele está te custando caro”.
E imaginando cada animal e qual dele cairia bem com aquele alimento, imaginei sinceramente um porco.
A vida, ah a vida. A vida leva você e ela é implacável. Ela faz você fazer coisas, mudar, e por mais que se apegue as 'paredes’ históricas, somos ‘levados’. Realizar os desejos, faz com que essa velocidade de mudança acelere. Se eu não sei conter meus ímpetos, vou pela água do rio sendo levado, por não saber, e não querer também - por que não? - me agarrar aos matos da margem. Como poderia ser importante conter os gastos, conter as vontades. Sozinho, eu flutuo, fico só, faço de mim meu próprio negócio, jogo, minha celebração só. Sem lembrar, sem pensar, apenas olhando para dentro. Medito em mim. Relembrar, refazer, se remodelar, lembro do projeto. Será ele possível? Será que vale a pena? Corpo, mente, alma, matéria. Divulgar ou reter? Reter. Depois divulgar.
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