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Dará.

A eliminação errônea de substâncias tóxicas em todo o Brasil, tornou-se pauta obrigatória no jornalismo cotidiano no nosso país. Em novembro do ano passado, uma substância tóxica por contaminação de partículas de minério de ferro, residual da exploração feita pela empresa Samarco em Minas Gerais, poluiu o Rio Doce a partir de sua passagem por arredores do Distrito de Bento Gonçalves, até sua foz no município de Linhares, mais precisamente em Regência, área naturalmente de mangue e curiosamente um dos lugares de maior qualidade para a pratica de um esporte agora em voga no nosso país: o surf. A barragem contendo restos de exploração pela Samarco se rompeu fazendo extravazar milhões de metros cúbicos em direção a um vale, onde fica o distrito de Bento Gonçalves, chegando em sequência ao leito de rios que acabaram por levar a lama até o Rio Doce, e na sequência até ao Atlântico. Mariana, MG e Colatina e Linhares foram duramente afetados economicamente, pela paralização das atividades da empresa Samarco, e também pela contaminação da água que abastece populações ribeirinhas. No total, 17 pessoas morreram e foram encontradas, o que não aconteceu com duas desaparecidas até os dias atuais. Centenas foram deslocadas abruptamente de suas casas. E assim a fauna e a flora local indo até a foz do Rio Doce foram afetadas por essa cauda pesada que turvou e desoxigenou a água do Rio Doce. Já em Vicente de Carvalho, no município paulista do Guarujá, São Paulo, o contato da água da chuva com containers da empresa Local Frio S.A, contendo dicloroisocianerato de sódio, e usado em limpezas de piscinas, produziu na semana passada uma densa nuvem da fumaça causada pela reação do produto químico com a água da chuva. Poluiu o ar do município, comprometendo a respiração das pessoas moradoras ao redor do porto. mais uma vez um erro de condicionamento de substâncias químicas. E em um crônico caso, no Espírito Santo, a empresa Arcelor Mittal está sendo considerada a pagar uma multa que deverá ser reajustada em decorrência da poluição dos municípios da Grande Vitória com resíduos da cabotagem do minério de ferro em uma área próxima a cidade de Vitória, local esse que é vizinho da Praia de Camburi. Com medidores a Prefeitura de Vitória chega a conclusão que a poluição costuma superar em quatorze estações em no mínimo 25%, chegando em alguns casos em dobrar. O próprio prefeito de Vitória Luciano Rezende acha o valor de cerca de 70 mil reais por estação pequeno, valor esse sem reajuste desde 1998. São três grandes eventos gerados pelo primeiro e segundo setor, respectivamente exploração e transformação, uma das marcas mais profundas do desenvolvimento brasileiro. Fornecemos exportando matérias primas para vários países e costumamos deixar nossos quintais 'a Deus dará'.

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