Pular para o conteúdo principal

O Golpe do Partido Aliado

O partido PMDB, aliado do PT no governo, vem ao que parece, dando mostras de ter seu plano para ocupar a presidência do país, em plena execução. Talvez por perceber risco perpétuo de figurar em segundo plano ao lado do Partido dos Trabalhadores. O presidente da Câmara Eduardo Cunha, também do PMDB, é a alavanca dessa retirada a força do PT do palanque governamental. Como um jogo de xadrez, onde os planos são estrategicamente executados, Cunha, após ser posto a prova com sua quebra de decoro parlamentar, após ter dito que não tem conta na Suíça, e sim participação em um trust, aceitou o pedido de impeachment da presidenta, e nesse aparente jogo de forças entre os dois, abriu caminho para que Michel Temer pleiteie a presidência. Uma pergunta que fica é se essa movimentação considerada exclusa não foi uma jogada para provocar em Dilma uma crise moral, em um momento em que seu próprio modo de operar está sendo a prova. Uma orquestrada criminalização o governo Lula, em idos de 2008, poderia estar sendo feita, já que como a Operação Lava-Jato da Polícia Federal revelou, o uso de propina para campanha política eleitoral do PT estava em curso, soprando de vento em poupa. Mesmo detendo importantes Ministérios, o PMDB força a saída de Dilma, dando mostras claras, como a carta de desabafo e lamento de Temer, ontem enviada a Dilma. Dilma vem sendo alvo de duas acusações: no campo com O TSE, onde deve explicações sobre a sua eleição, e no campo político-econômico, com suas pedaladas fiscais, gera uma acusação de descumprimento do ato de responsabilidade fiscal. Como na época da ditadura, onde presidente e ministro do exército engalfanhavam-se e não tardava a acontecer uma e outra puxada de tapete, o duelo versa entre o presidente da câmera e a presidência, ou entre o PMDB e o PT, como for mais claro vizualizar. A política brasileira está em crise. Uma crise de perguntas. A presidenta do país deve passar pelo processo de impeachment e ser afastada de seu cargo? Por que (quais) motivo(s)? Ela feriu a Lei de Responsabilidade Fiscal desde 2014? Ela deve satisfações ao Tribunal Superior Eleitoral? Ela fez uso de dinheiro indevido em sua campanha política? E o ex-presidente Luís Inácio da Silva? Quem deverá julgar: uma comissão do Senado ou da Câmara dos Deputados? O presidente da Câmara, o senador Eduardo Cunha, após ter dito que não tem conta na Suíça, e sim participação em um trust, deverá, por suposta mentira, ser retirado da presidência da Câmara? Deve ser logo resolvida a votação sobre a formalização da obrigatoriedade de declaração de bens tidos no exterior e que com o pagamento de impostos á União, reuniria um montante rapidamente de cerca de 200 milhões de Reais?

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Kafka

Toda vez que eu vejo uma barata vindo em minha direção, eu lembro de Gregor Sansa, aí eu levanto a cabeça e Dinho que não li “A Metamorfose”.

Suave

A vida, ah a vida. A vida leva você e ela é implacável. Ela faz você fazer coisas, mudar, e por mais que se apegue as 'paredes’ históricas, somos ‘levados’. Realizar os desejos, faz com que essa velocidade de mudança acelere. Se eu não sei conter meus ímpetos, vou pela água do rio sendo levado, por não saber, e não querer também - por que não? - me agarrar aos matos da margem. Como poderia ser importante conter os gastos, conter as vontades. Sozinho, eu flutuo, fico só, faço de mim meu próprio negócio, jogo, minha celebração só. Sem lembrar, sem pensar, apenas olhando para dentro. Medito em mim. Relembrar, refazer, se remodelar, lembro do projeto. Será ele possível? Será que vale a pena? Corpo, mente, alma, matéria. Divulgar ou reter? Reter. Depois divulgar.

Bárbara, e nem tão doce.

Nota de Repúdio: Repudio, como jornalista formado, a atitude da cantora Ivete Sangalo, viralizada por vídeo postado nas redes sociais, que 'peitou' uma mulher no show em que se apresentava, por conversar com seu marido, há menos de 50 metros. Uma cantora com público infantil não poderia abrir mão do seu caráter educativo, e cair na 'esparrela' da mulher 'machona'. Curiosamente seu ato veio à tona via rede social, hoje uma das fontes utilizadas pelo novo jornalismo. Assim, como nas delegacias de polícia, o jornalismo esquiva-se quase totalmente da prospecção da notícia, guardando-se ao direito de editar, separando logicamente e infelizmente, o que é mais polêmico. Todo jovem que pensa em fazer comunicação e adentrar para o universo jornalístico, deve saber disso: invariavelmente vai viver flertando com fatos violentos, policialescos, tão caros aos nossos sentidos. Mesmo sendo educados - na melhor das hipóteses - o acesso a violência, em qualquer âmbito, rouba-no