Agradeço muito a minha família por ter me abandonado, com o perdão da palavra. Nasci de uma mistura heterogênea, sem eufemismo, pois poderia ser uma família homogênea, formada por duas pessoas com mesmos hábitos, cultura, enfim. Aliás, essa é uma métrica que não mais me largara.
Somente o abandono pode transformar uma pessoa; isso com uma boa dose de cultura, que é o que pode somar ou dividir. E sorte.
A família é como a solidão - elas podem perpetuar. De alguma forma elas sempre perpetuam. A solidão pode coexistir com a companhia, e a família pode continuar a existir mesmo após o fim. Então podemos dizer que a solidão e a família são imateriais, no sentido mais vivo e lúdico que possa existir.
A vida, ah a vida. A vida leva você e ela é implacável. Ela faz você fazer coisas, mudar, e por mais que se apegue as 'paredes’ históricas, somos ‘levados’. Realizar os desejos, faz com que essa velocidade de mudança acelere. Se eu não sei conter meus ímpetos, vou pela água do rio sendo levado, por não saber, e não querer também - por que não? - me agarrar aos matos da margem. Como poderia ser importante conter os gastos, conter as vontades. Sozinho, eu flutuo, fico só, faço de mim meu próprio negócio, jogo, minha celebração só. Sem lembrar, sem pensar, apenas olhando para dentro. Medito em mim. Relembrar, refazer, se remodelar, lembro do projeto. Será ele possível? Será que vale a pena? Corpo, mente, alma, matéria. Divulgar ou reter? Reter. Depois divulgar.
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