Havia uma pedra e havia o céu.
Eles continuam ali hoje. Meu avô se foi. Junto a fumaça dos cigarros e dos gravetos de bambu fiados com caco de vidro e que depois eram enfiados em madeira mole com uma espécie de miolo dentro. Ele fazia gaiolas.
Meu pai a época tinha um Opala 6 faróis e ali entre as plantas dá minha avó o gigante entrava.
Passava tardes jogando fumaça ao vento. Os ventos não eram os mesmos. Fazia natação e há tempos dispensara bóias. Aquelas de braço.
Cachaça, bigode, risos e voz forte.
Pernas agarrinchadas.
Aí que ele me vem em um domingo sorrateiro, ele o domingo.
Ele vem com duas bolas.
Eram cabaças.
Pra não me afogar no rio do tempo.
Toda vez que eu vejo uma barata vindo em minha direção, eu lembro de Gregor Sansa, aí eu levanto a cabeça e Dinho que não li “A Metamorfose”.
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