Precoce julgamento ou a ausência política
Quando vejo esse debate sem fim sobre o executivo, no fundo o que mais me admira é a capacidade jurídica de argumentar a favor ou contra uma parte ou outra.
É impressionante o lado plausível de certos conceitos criados por renomados juristas e acabo por compará-los a jornalistas com grande poder de persuasão quando produzem opinião de forma corajosamente parcial.
Podemos acreditar que houve crime de responsabilidade de forma dolosa (olha eu arriscando!) ou podemos chegar a lembrar da ditadura, para quem a estuda na superfície, sabe que ela chegou suavemente.
Depois de passar pela Câmara dos Deputados de forma desastrosa, como foi noticiado ineditamente nos meios de comunicação, estamos no Senado e agora se conhece através de especialistas convidados, um lado mais sofisticado da argumentação, quando defesa e acusação - respectivamente aliados e o partido liderado hoje pelo partido do vice-presidente, - tentam arrebanhar e garantir a votação no dia 11 de junho, para decidir se a presidenta será ou não impedida.
Sinto falta de um jornalismo assim, mais rico e contundente, com menos gritos e bravatas, menos gírias e onomatopéias, informando e educando uma população que precisa antes de julgar, conhecer os fatos para então questionar o valor de um julgamento precoce.
Mesmo estando em meio à selva, cada bicho tem seu olhar, sua defesa e seus argumentos.
Toda vez que eu vejo uma barata vindo em minha direção, eu lembro de Gregor Sansa, aí eu levanto a cabeça e Dinho que não li “A Metamorfose”.
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